o tempo deve levar.

já perdi as contas de quantas vezes eu falei que eu não consigo me parar, que eu não consigo parar esse meu coração bobo e sentimental. ando procurando os meus pontos finais por aí, ando tentando me parar, me controlar, pensar mais e sentir menos. mas coisas mornas não me compram, não me convencem. superficialidade em sentimentos definitivamente não me definem, eu não sei sentir aquela sensaçãozinha boa no peito quando estou perto de você. eu sei ficar vermelhissima, eu sei me sentir queimar, arder, as mãos suarem, e o coração bater em ritmo de escola de samba e rock paulera ao mesmo tempo. chego a ter medo que você escute. é dificil ser assim, porque nem todo mundo é assim. eu ponho paixão em cada gesto, em cada olhar, em cada vez que eu pego a tua mão. e te queimo afinal essa minha temperatura corporal é muito maior que a tua. essa dualidade me enlouquece todos os dias que eu digo que não vou enlouquecer por isso. uma vez li um texto que dizia que botar aquele homem num whisky e duas pedras de gelo não faria a menor diferença. e eu ainda tento acreditar, no teu olhar que desvia do meu, nas tuas palavras que desorientam. eu ainda tento não desistir e te entender como sua melhor amiga. e eu lembro do quanto é dificil ME entender, porque eu preciso disso agora? porque eu me queimei demais, porque eu já me afoguei, porque eu já não sei mais parar. eu ainda acho que isso pode mudar, mas mudar pra onde, mudar por que, pra que? acho que a peça que não encaixa sou eu, por mais que eu esteja me cortando e me dobrando pra poder caber aí.

Eu vejo em você algo diferente do que eu via no resto das pessoas que tentavam roubar os meus minutos, vejo em você o dom de transformar os meus minutos em horas preciosas, em minutos construtivos, em segundos especiais. Não vou dizer que isso nunca me aconteceu antes, mas não assim, não tão diferente, não tao excêntrico, instigante. E realmente o tempo faz a diferença depois de um tempo por aqui.
Você trouxe pra mim uma nova estação do ano e de rádio...por que não? Você me ajudou a enxergar as coisas com outros olhos, outras cores, outros sorrisos. Você me impregnou com esse teu perfume inebriante apenas segurando a minha mão. Eu nunca fui do tipo menina tímida que disfarça e tenta desviar os olhos. Eu gosto de olhos nos olhos, de ver dentro de você por mais que você tente disfarçar. Mas ás vezes a visão é turva e eu nem sei o que eu consigo ver aí dentro de você, e você nem precisa olhar pros meus olhos castanhos meio sem graça, eu estampo em meu corpo o que eu sinto.
São pequenas coisas que dizem sim, pequenas coisas que não dizem nada. É um jogo de sete erros, onde ás vezes eles ultrapassam a marca dos sete. E eu ás vezes fico sem acreditar, minha fé nesse jogo louco é abatida por silêncios e vácuos igualmente loucos. Ás vezes eu perco essa vontade de querer lutar, mas eu já vim até aqui, já nadei até a metade por que não ir até onde isso tudo pode dar?!
Então de repente eu viro uma criança que recebe um presente do papai noel e volta acreditar em si mesmo, e desacreditar do mundo adulto , e que o bom velhinho sempre esteve aqui e nunca iria lhe abandonar. Eu encho os olhos de esperança e vejo além, além das atitudes loucas, além dos momentos meio tensos.Eu penso que apesar dos pesares isso me embriaga de prazer, me deixa leve, e me faz querer. Assim digo pra mim mesma que vai valer a pena, apesar da imagem turva de tudo, porque em breve tudo vai ser um céu límpido de um verdadeiro começo de uma nova estação.



(: